Quem foi Lao Tsé?

Lao-Tsé (604-517 a.C.) foi um filósofo da China Antiga. A ele se atribui a fundação de um movimento filosófico que mais tarde se transformou em religião, o “Taoísmo”, cujo objetivo é a obtenção da “paz absoluta”, do “caminho”.

Lao-Tsé (Jovem Sábio), também conhecido como Lao Tsu, Lao-Tzu ou Lao Zi, provavelmente nasceu em Chu (atual Luyi), na província de Hunan, na China, no ano de 604, numa época em que a China era governada pela dinastia “Zhu” (1045-256 a. C.), e que ao longo dos anos o Poder Real praticamente deixou de existir.

Viveu numa época de grandes perturbações políticas, mas de intensa efervescência intelectual. Nesse período, dois filósofos importantes surgiram também, Confúcio (551-479 a. C.), um reformista social e professor que pregava a justiça social e queria restaurar a ordem naquele momento de caos, e “Lao-Tsé” que pregava os ensinamentos para a vida simples, a obtenção da “paz absoluta” pela completa submissão à natureza, cujos valores são a pureza, calma, simplicidade e unidade.

Nessa época, a China estava dividida em poderosos principados dirigidos por nobres, entretanto, a corte conservava ainda certo prestígio e continuava sendo a guardiã dos ritos. Conta a tradição chinesa que Lao-Tsé trabalhou muitos anos nos arquivos imperiais de Loyang, capital do estado de Chu, como zelador dos documentos oficiais da dinastia adquirindo conhecimento profundo dos ritos. Que acumulou sabedoria pessoal que o levou a criar uma doutrina panteísta, segundo a qual, o Tao (o caminho) é o princípio material e espiritual, criador e ordenador do mundo.

Ao completar 40 anos, Lao-Tsé opondo-se às intrigas e disputas na corte do rei Wen, decidiu abandonar o cargo na biblioteca real e iniciou uma grande viagem para as Terras do Oeste com o objetivo de converter os bárbaros que teriam inventado o budismo e o teriam introduzido na China. Em 550 a. C., quando se preparava para atravessar a fronteira foi reconhecido pelo guardião, que sabendo da sua sabedoria o reverenciou, conforme a tradição chinesa, pedindo para tornar-se seu discípulo.

Que antes de sair da China, ele deixasse, por escrito, um registro de seus ensinamentos. Após três dias Lao-Tsé lhe entrega em 81 versos a síntese de sua sabedoria. O guarda deixou Lao passar e conta-se que ele nunca mais voltou à China. Posteriormente, os ensinamentos de Lao-Tsé viriam a formar o livro “Tao Te Ching” “O Livro do Caminho e da Virtude” (ou Livro de Lao-Tsé).

O Taoísmo

Lao-Tsé é tradicionalmente considerado o fundador do taoísmo – uma filosofia de vida e uma religião milenar que integra os fundamentos da tradição espiritual da China. O Taoísmo religioso propriamente dito surgiu no decorrer do século II a. C., com os discípulos de Lao-Tsé. O Livro do Caminho e da Virtude tornou-se o livro sagrado da religião. Nele, Lao-Tsé expõe a teoria de que toda ação voluntária do homem, perturba a ordem natural do universo. Segundo ele, o homem deve “agir sem intenção preconcebida, sem alvos prefixados, agir segundo aquilo que somos de acordo com a natureza”.

No livro, o objetivo primordial do indivíduo é visto como sendo a obtenção da “paz absoluta” pela completa submissão à natureza, cujos valores são a pureza, calma, simplicidade e unidade. A soberana indiferença é a atitude que vai caracterizar o “sábio”, aquele que ensina a não ação. Guerras, governos, convenções e cerimônias são igualmente consideradas destrutivas por não serem fatos “naturais”.

Fonte: Biografia de Pensadores.

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